
INTENSIFIQUE OS CUIDADOS COM A PELE
Intensifique os cuidados diários e livre a sua pele de doenças graves
A pele é o maior órgão do corpo humano e possui uma série de funções. Também é capaz de revelar como está a saúde do indivíduo, pois costuma apresentar sintomas importantes, de diversas doenças. Quem ainda não ouviu falar das bolhas, da Varíola dos Macacos, ou das lesões, da Herpes-Zóster? Os sinais que mudam de cor ou formato, assim como as feridas que não cicatrizam, também podem indicar um câncer agressivo, chamado melanoma. Todavia, os cuidados precisam ser mais difundidos, pois o câncer de pele é o mais frequente no Brasil. Pensando nisso, a dermatologista do Hospital Moinhos de Vento, Dra. Fabiane Kumagai, traz dicas práticas e acessíveis, para o dia a dia.
O que é a pele?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a pele possui três camadas: a epiderme (que é o “revestimento” mais externo e forma uma espécie de “barreira protetora” do corpo); a derme (camada intermediária que possui fibras colágenas e elásticas, além de vasos sanguíneos e terminações nervosas, responsáveis pelas sensações) e a hipoderme (formada por células de gordura, que ajudam a manter temperatura do corpo).
Mas você sabe cuidar da sua pele?
Com a chegada da primavera, a dermatologista, Dra. Fabiane Kumagai, esclarece algumas dúvidas importantes. “Durante o inverno, a pele costuma ficar mais ressecada, devido ao frio, vento e a banhos mais quentes e demorados. Assim, chegamos ao final deste período com a necessidade de uma maior hidratação”, recomenda a especialista.
Quais são os principais cuidados que devemos ter com a pele, nesta troca de estação?
A dermatologista enumera algumas dicas para manter a pele bem hidratada:
• Beber, no mínimo, dois litros de água por dia;
• Evitar banhos com temperaturas altas e de longa duração e o uso exagerado de sabonete e buchas, que também contribuem para alterar a composição do manto lipídico, que protege a pele;
• Usar hidratante em todo o corpo logo após sair do banho, diariamente. O hidratante facial também deve ser usado, sendo escolhido de acordo com o tipo de pele;
• Peles oleosas e acneicas também precisam de hidratação, no entanto, esta deve ser adequada ao tipo de pele, tendo como característica não comedogênica (que não obstrui os poros) e ‘oil free’ (livre de óleo), podendo ser em ‘serum’ (que possui uma consistência aquosa, textura fluída e não gordurosa).
• Os lábios também costumam ressecar muito no inverno. Assim, é importante usar hidratantes específicos para essa região, evitando rachaduras e fissuras.
Quais são as áreas do corpo que não podem ser esquecidas?
De acordo com a especialista, o pescoço e o colo são áreas frequentemente negligenciadas nos cuidados diários. “Apesar de usarmos filtro solar (nos cremes faciais diários), bonés e chapéus na praia, muitas vezes, esquecemos estas regiões. No dia a dia, com o uso de decotes, a pele fica exposta à luz ultravioleta, promovendo fotoenvelhecimento, desenvolvendo manchas escuras, brancas (leucodermia), vermelhidão (poiquilodermia solar) e rugas. A hidratação e o uso de filtros solares nesta região são essenciais para prevenir o fotoenvelhecimento”, recomenda.
E quais são as dicas, especialmente, para o rosto?
A médica destaca alguns cuidados focados na pele da face:
– limpar o rosto adequadamente e diariamente, usando sabonetes de acordo com cada tipo de pele. Existem sabonetes que controlam a oleosidade, assim como os chamados ‘syndets’, que não ressecam a pele, indicados para quem tem pele seca e sensível;
– usar protetor solar, todos os dias, nas áreas expostas ao sol, com Fator de Proteção Solar (FPS) de, no mínimo, 30;
– utilizar um hidratante adequado para cada tipo de pele, que pode ser associado com substâncias anti-idade;
– não negligenciar a área dos olhos, pois a pele é extremamente fina e sensível e suscetível ao envelhecimento. Produtos específicos podem ser utilizados nesta área, de acordo com a necessidade individual.
Que produtos podem ajudar a ter uma pele saudável?
– o uso de substâncias antioxidantes, como a vitamina C por exemplo, ajudam a prevenir manchas e envelhecimento;
– Ácidos e outras substâncias que promovam descamação e estímulo de colágeno podem ser úteis, no entanto, precisam de orientação dermatológica para evitar irritações na pele e manchas.
Como identificar um possível câncer de pele?
A Dra. Fabiane Kumagai explica que o câncer de pele se manifesta com lesões, que podem ser sinais, pintas ou feridas que não cicatrizam. “É mais frequente em pacientes com a pele clara e a exposição solar é um fator que contribui fortemente para o seu aparecimento”, adverte.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), esta neoplasia é a de maior incidência no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Entretanto, podem ter cura, se detectados cedo. “Todos eles possuem um prognóstico e tratamento melhor quando diagnosticado precocemente”, alerta a dermatologista.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento do câncer de pele?
A médica observa que o diagnóstico é sugerido pelo exame físico e pela dermatoscopia (um exame realizado com um aparelho com luz e lente de aumento) e confirmado pela biópsia da lesão. “Já o tratamento pode variar, de acordo com o tipo de câncer de pele e o estágio em que a doença estiver no momento do diagnóstico”, revela.
Portanto, em caso de dúvidas ou algum incômodo, procure por seu dermatologista. Aliás, a visita a este médico deve ser anual, independente de qualquer suspeita mais séria. Caso não tenha ainda um profissional de sua confiança, marque uma consulta.
Fonte: Dra. Fabiane Kumagai (CRM 31551), dermatologista do Hospital Moinhos de Vento.